Lendo o profeta Amós, ao ver o retrato da vida daqueles que se diziam povo de Deus, inevitavelmente se formou a comparação na minha mente.
A loucura da vida moderna: o tempo todo, todos conectados. Um minuto no meio da correria e a primeira coisa que você pega é o celular, afinal precisa ver quem mandou mensagens, ou dar uma olhada no feed de alguma rede social, "saber o que ta acontecendo" você diz para si.
Chega em casa cansado, foi um dia exaustivo, para quem não tem criança, é hora de relaxar, como? Mais uma olhadinha "nas minhas plataformas preferidas, enquanto como alguma coisa". Quando vê já é hora de ir para cama.
No outro dia a história repete, e assim vamos levando.
Fim de semana chegou, vamos sair, ver amigos, estar com família, "precisamos de vida social" Quando vemos: "nossa já é segunda".
Vamos fazer um negócio, e o que vale é a lei da vantagem, uma mentira aqui, outra ali. Um jeito aqui, outro jeitinho ali, e você diz "se não for assim não tem com o ganhar a vida".
Vida pessoal? Minha felicidade acima de tudo, Deus e suas exigências? "Ah, Ele entende, sabe como é!?"
Vamos seguindo os caminhos que mais nos agradam, sem mesmo parar por um minuto para pensar se a direção esta certa, ou pior, alguns até sabem que a direção não é bem essa, mas tudo bem, não vou pensar nisso por enquanto, Deus sabe das minhas limitações e necessidades.
Uma bolha egoísta, tudo girando em torno do que "quero, desejo, penso, e me agrada"! O que ninguém para pensar é: tudo é uma decisão, o que você vai encontrar la na frente depende da decisão que você faz hoje.
Os caminhos que seguimos terão seus desdobramentos. Cada direção que tomamos hoje nos levará a determinados encontro, desencontros, obstáculos, que outra direção não teria, ou seria diferente. As escolhas que fazemos tem suas consequências, aquilo que plantamos vamos colher.
Sabendo disso, parar e refletir o que estamos plantando, colhendo, o que estamos vivendo e que caminhos estamos direcionando a nossa vida, quais circunstâncias nos cercam hoje e onde isso pode nos levar, tudo tendo a palavra de Deus como referência, é a coisa mais sensata a fazer, certo? E por que a maioria de nós não faz?
Lendo o profeta Amós, ao ver o retrato da vida cotidiana daqueles que se chamavam povo de Deus, inevitavelmente se formou a comparação na minha mente.
A situação
Amós profetiza para pessoas que estavam vivendo uma relativa paz, segurança e prosperidade no momento, mas, na verdade, tinham um histórico de calamidades, peste, guerras, fomes, o profeta diz: foi Deus que permitiu tudo isso para chamar atenção de vocês.
Era Jeroboão II, quem reinava em Israel, nesta época. Eles tinham enfrentado uma ameaça de total extermínio pelos inimigos e duras experiencias. Mas como Deus havia prometido la atrás não riscar a nação do mapa, Ele mostrou misericórdia e mesmo com um rei impiedoso, o Senhor deu vitória, prosperou e deu paz ao povo.
Seu governo foi o momento em que o reino divido atingiu o auge de sua prosperidade, da mesma forma o auge da luxúria, vícios e da idolatria.
Luxo a base de muita opressão, claro, o direito torcido a favor dos que tinham influência, a justiça retida por meio de subornos, ganhos injustos com balanças enganosas, o resultado não podia ser outro: a exploração da miséria dos oprimidos.
Afinal, uma árvore seca não pode produzir frutos, um coração vazio de Deus não produz boas atitudes.
O culto não era negligenciado, de forma alguma, tudo feito, apenas para que todos vissem. A essência ficou de fora, bem longe, apenas cumprindo rituais.
Amós é convocado por Deus para lembrar ao povo o que Ele tinha falado a época da entrada da terra, suas exigências, e o que aconteceria caso o povo negligenciasse seus mandamentos, era um chamamento ao arrependimento individual e coletivo, do povo de Deus.
A palavra de Amós incomodava porque ele anunciava o julgamento de Deus que iria atingir não só as nações gentias, mas também, e principalmente, o povo escolhido que tinham sua Lei nas mãos. O povo que se dizia de Deus e se considerava salvo, mas, na prática, era pior do que os gentios.
O Senhor queria provocar a reflexão quando enviou a fome, a espada, calamidades, e por último a misericórdia com a prosperidade, "e nem assim eles pararam para refletir", pelo contrário ao verem tudo bem, a falsa sensação de aprovação de Deus anestesiou seus corações e mais nada podia despertá-los.
Agora o profeta anuncia juízo de Deus que viria, como ultima tentativa para serem curados de seus corações endurecidos.
Não demorou muito para que tudo se cumprisse. Ainda hoje Deus provoca uma reflexão através das circunstâncias da vida, e mesmo quando tudo esta bem, ao menos uma gratidão, Ele espera nossa reflexão.
E que reflexão é essa? Jesus ensina pedir. "Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu", em outras palavras: venha teu governo, vontade, tua decisão, teu jeito, tua hora, teu caminho, o que te agrada e não amim mesmo, não meu plano, não meu jeito, não minha escolha, não a minha hora, não minha decisão.
Que lição para nossa vida!! Pare hoje e reflita como esta sua vida diante de Deus.
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